As empresas vandalizadas e pilhadas durante a greve dos taxistas podem conhecer, hoje, as medidas de apoio a serem aprovadas pelo Executivo angolano, para a rápida reposição dos stocks e manutenção dos postos de trabalho em risco.
O anúncio da decisão consta da mensagem do Presidente João Lourenço à Nação sobre os incidentes ocorridos durante os dias de protestos em Luanda e em algumas províncias do país.
“O Executivo angolano decidiu aprovar, já na segunda-feira próxima, medidas de apoio às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista à mais rápida reposição de stocks e manutenção dos postos de trabalho ameaçados”, destacou o Presidente da República, na mensagem emitida sexta-feira última ao país.
A manifestação, que tinha como objectivo a reivindicação de direitos relacionados ao exercício da actividade de táxi em Angola, com destaque para o aumento do preço do gasóleo, que forçou a subida da corrida de 200 para 300 kwanzas, deu lugar a uma onda de destruição de património público e privado, assalto e pilhagem a estabelecimentos comerciais, assim como ameaças e coacção aos cidadãos que pretendiam se apresentar ao trabalho com os meios próprios.
Sobre os actos de vandalismo e pilhagem às empresas e a estabelecimentos comerciais privados, o Presidente da República alertou que tais práticas só vêm desencorajar o investimento privado e, com isso, reduzir a oferta de bens e serviços e de emprego para a população angolana.
“Por isso, esses actos ocorridos só podem ser entendidos como actos de sabotagem à economia, com vista a agravar ainda mais a situação social que vivemos”, denunciou.
O Presidente João Lourenço recordou que a greve e as manifestações são direitos dos cidadãos, consagrados na Constituição e na Lei, quando se realizam com o fim único de reclamar direitos ou protestar contra eventuais incumprimentos ou violações desses direitos por parte dos poderes públicos ou entidades patronais, mas quando realizados fora desses marcos, constituem crimes puníveis e condenáveis.
“Vinte e três anos depois do fim do conflito armado e no ano em que o país comemora 50 anos da proclamação da sua Independência Nacional, não podemos aceitar nem tolerar mais dor e luto entre os angolanos”, declarou o Chefe de Estado.
Executivo atento aos desafios sociais
João Lourenço assegurou que o Executivo não está alheio aos desafios sociais por resolver no país, tendo avançado, por isso, que o Estado está a fazer o seu melhor, investindo na área Social, na Saúde, Educação, habitação e criação de emprego.
Essa aposta no sector Social, precisou o Presidente da República, passa, entre outras, pela admissão massiva de profissionais da Saúde, da Educação, com a formação profissional e com as grandes obras públicas de construção de infraestruturas rodoviárias, portuárias, aeroportuárias, de energia e de água, com particular realce para as grandes barragens inseridas no programa de combate aos efeitos da seca no Sul de Angola, nomeadamente no Cunene, Huíla e Namibe, que disse estarem a absorver muita mão-de-obra nacional.
A par disso, o Chefe de Estado fez saber que as obras de construção de intra-estruturas nas novas províncias vão oferecer, igualmente, emprego a milhares de jovens que se interessem pelo trabalho. “O Estado não pode ser o único empregador, contamos, também, com o sector privado, o cooperativo e com o auto-emprego, que, justiça seja feita, têm feito, também, o seu melhor, no que diz respeito à oferta de postos de trabalho”, reconheceu o Presidente da República, que condenou, de forma veemente, os actos de vandalismo e pilhagem ocorridos durante a manifestação dos taxistas, que custou a vida a alguns cidadãos.
“Lamentamos a perda de vidas humanas e aproveitamos a oportunidade para expressar, no nosso nome e no do Executivo angolano, os nossos mais profundos sentimentos de pesar a todas as famílias enlutadas e votos de rápidas melhoras aos feridos como consequência dos tristes acontecimentos”, destacou o Chefe de Estado na mensagem à Nação.
Fonte: JA