População mundial chega a 10,3 mil milhões em 2080

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Um relatório do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais (DESA) das Nações Unidas revela que, após atingir o pico populacional, o número de habitantes do planeta deverá registar uma queda gradual até ao final do século. Portugal está entre os países que verão aumentar a esperança média de vida. Já Angola deverá duplicar o número de habitantes, enquanto o Brasil integra o grupo de nações com um crescimento acentuado entre 2025 e 2054.

O relatório do secretário-geral das Nações Unidas, publicado em Abril, estima que a população mundial alcance os 10,3 mil milhões de pessoas por volta de 2080. A tendência de crescimento deverá manter-se nas próximas seis décadas, com uma ligeira descida até ao final do século, altura em que a população global deverá rondar os 10,2 mil milhões.
Alguns países já ultrapassaram o seu pico populacional, enquanto outros deverão atingi-lo nas próximas décadas. O Brasil juntamente com o Irão e o Vietname estão entre os países que alcançarão esse ponto entre 2025 e 2054.
Durante o mesmo período, prevê-se um aumento da esperança de vida à nascença em Portugal, Espanha e Itália. Entre os países de língua portuguesa, Angola deverá duplicar a sua população até 2054, tal como outras oito nações africanas, incluindo Mali, Somália, República Democrática do Congo e Tchad.
Mais de 20% do crescimento esperado da população mundial deverá ocorrer nestas regiões africanas. Com o rápido aumento demográfico, países como o Paquistão, a Nigéria e a República Democrática do Congo poderão ultrapassar os Estados Unidos em termos de dimensão populacional.
Trabalho para pessoas idosas
O relatório destaca, ainda, a importância de promover ambientes laborais multigeracionais, com oportunidades de formação e requalificação da força de trabalho. Entre as recomendações está a criação de postos de trabalho para pessoas idosas que desejem manter-se activas mesmo após a reforma.
A evolução ou diminuição da população de cada país depende do equilíbrio entre três factores: fertilidade, mortalidade e migração internacional. A migração pode influenciar, de forma indirecta, o número de nascimentos tanto nos países de origem como nos de destino.
Em países como a Albânia, a Arménia, Guadalupe ou a Jamaica, assiste-se a uma redução do número de nascimentos. Já em Portugal, Espanha e Rússia, a imigração tem contribuído para o aumento da natalidade.
O impacto da migração verifica-se, sobretudo, ao nível nacional ou regional. Ao nível global, contudo, o efeito sobre o crescimento populacional é nulo.
A taxa de fertilidade mundial – número médio de filhos por mulher – desceu de forma acentuada nas últimas décadas, situando-se, actualmente, nos 2,25 filhos por mulher, menos um do que na geração anterior. Até ao final da década de 2040, espera-se uma descida para 2,1.
Aumento da expectativa de vida
A esperança média de vida tem vindo a crescer, aumentando mais de 8,4 anos desde 1995. Em 2024, a média mundial era de 73,3 anos e deverá chegar aos 77,4 anos em 2054. Nessa altura, mais de metade das mortes deverá ocorrer a partir dos 80 anos – um salto significativo face aos 17% registados em 1995.
Este aumento é atribuído a melhorias na saúde pública, na higiene, na medicina e na nutrição. Ainda assim, entre 2020 e 2021, o impacto da pandemia da Covid-19 travou temporariamente esta tendência.
A transição demográfica está a ser vivida em praticamente todos os países: vivemos mais e temos famílias mais pequenas.
Nos próximos 30 anos, a população da África Subsaariana deverá crescer 79%, atingindo os 2,2 mil milhões em 2054. Até ao final do século, o número poderá chegar aos 3,3 mil milhões.
No último ano, as regiões com maior esperança média de vida foram a China, o Japão, Hong Kong e a Coreia do Sul, todas com mais de 84 anos. Na Europa, Portugal, Itália e Espanha também verão este indicador crescer, tal como Guadalupe e Martinica, nas Caraíbas. Em contrapartida, países como a Moldávia, a Jamaica e São Vicente e Granadinas deverão registar uma quebra, com a esperança de vida a cair para menos de 72 anos.
Jornal de Angola

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